domingo, 25 de outubro de 2009

O Elogio da Política


"A política sempre foi, é e será uma das actividades mais nobres do homem, quando exercida desinteressadamente e ao serviço da colectividade [...] Por isso me decidi a escrever um livro sobre o elogio da Política, que dedico e se destina às gerações mais jovens, educadas no desprezo pela Política, pelo Estado e pelas ideias políticas, pelos ideais e pelas ideologias, cuja morte os neoliberais profetizaram. Fukuyama assim o fez, profetizando «o fim da História». Mas depois arrependeu-se." (do Prefácio).
Mário Soares uma vez mais presta um serviço ao país e, em particular, à juventude portuguesa com este "Elogio da Política", dividido em nove capítulos, a saber:
I - Política, políticos e partidos
II- Nação e Estado
III - Monarquia e República
IV - Democracia e ideologias
V - Política e religiões
VI - Liberdade, igualdade e fraternidade
VII - Capitalismo versus socialismo
VIII - A política e a geopolítica no século XX
IX - Globalização, terrorismo e a grande crise

Não nos FEDEREM!

A Construção Europeia e o papel da União nos estados membros é hoje fundamental para a subsistência das economias, principalmente para economias pequenas como a Portuguesa, e não pode ser posto em causa. Quem, dos que tem visão de responsabilidade/futuro, põem em causa a importância da UE? Contudo a União Económica Europeia está em evolução, o processo de União Política ‘está em marcha’. Chumbada a primeira abordagem ao Federalismo Europeu, - a Constituição, o modelo encontrado pela União foi um Tratado, mais um do ponto de vista Europeu, mas um de importância particular para todos os portugueses. Portugal e Lisboa não podem passar ao lado do processo de construção Europeia. Reconhecendo todos os benefícios da inclusão de Lisboa no processo este tem de ser cuidado. O PERIGO do Federalismo para as nações Europeias põem em risco Soberanias e identidades que em muitos casos foram difíceis de conquistar. Não nos FEDEREM!

http://www.ionline.pt/conteudo/27574-ate-dar-sim

domingo, 18 de outubro de 2009

Shining India

Como todos puderam constatar, esta é uma entrevista algo polémica que me deu um gozo enorme não só ler, como apresentá-la. Tenho, sinceramente, pena que as vossas alminhas críticas não tenham despertado aquela hora da manhã, pois aborda temas actuais, interessantes, sociais, políticos e com muitíssimo "pano para mangas". Assim sendo, vou tentar cortar na análise que já fiz na aula, e passar ao "pequeno texto de opinião sobre o seu conteúdo". Abusem do direito ao comentário.
"A Índia não se esgota em Bollywood" - entrevista de Marie Chaudey, para a "La Vie", a Tarun Tejpal, repórter e director de um semanário indiano, a propósito do lançamento do seu último romance "História dos meus assassinos". In Courrier Internacional.
Tarun Tejpal, é aquilo que eu quero ser quando for grande. Para além de ter um semanário polémico, é escritor, e Marie Chaudey explora isso da melhor forma. Começa, talvez por cliche, a abordar o tema do livro, mas relacionando o autor com a história. E assim origina, não sei se naturalmente, um grande foco de questões que realmente nos interessam ouvir de Tejpal. Tal como referi na aula, creio que o mais revelador desta entrevista, é a questão ética de julgar (ou não) os criminosos implacavelmente, pelos seus crimes, sem antes tentar compreender um passado provocador de uma vida à base da ilegalidade. Uma vida que, apesar das enormes desvantagens, é de longe melhor do que a de trabalhar de sol a sol e não ter dinheiro para alimentar a família. O João A. dizia na aula que se esses milhões sobrevivem e continuam a existir, qual é a justificação para os que caem na tentação de uma vida melhor? É esta interrogação que podemos sublinhar. Para o homicídio não há desculpas, para a violência face ao abuso de poder sim. Para o roubo também. Assim como para emigrações ilegais. E não sou só eu que acho que este é o ponto principal: " Mas o que me interessava no livro era, sobretudo, questionar-me sobre as vidas dos cinco assassinos a soldo: não terão tanto valor como a da pessoa que querem assassinar? Fundamentalmente, este romance é, para mim, uma história das classes inferiores indianas, dos fundilhos da Índia, desse povo cuja vida íntima nunca é contada, dessas pessoas que morrem sem nome, sem rosto, sem memória sem herança. (...) Antes de fazerem dos outros vítimas, eles próprios foram as vítimas, é verdade: da sua casta, da sua religião, da sua língua (...)". Aqui não se justifica o crime, não se legitima a violência, condena-se um mundo que se diz global, em que os extremos se acentuam de tal forma, que pessoas com tanta moral como qualquer um que esteja a ler este post sentado ao computador, sejam encaminhadas para uma vida fora da lei que não os protege nem os sustenta.
Politicamente empenhado e jornalista que "põe as mãos na massa" são os temas das questões seguintes. É única e exclusivamente aqui que acedemos ao lado pessoal do entrevistado, enquanto escritor. Separa o jornalismo da literatura, mas confessa que há naturalmente relação entre elas, pois não podia escrever sem as "águas ricas" que o Tehelka lhe proporciona. A sua ciência está em "apropriar-se deste caos para fazer literatura". Entre perguntas político-sociais e pessoais, o entrevistado denuncia, crítica e acentua temáticas como a casta dos intocáveis, a classe dominante anglófona, o reverso da shining india e a grande nação tecnológica em que o país em questão se tornou. E é essencialmente nesta última que o repórter apela à banhada que a globalização significa neste país subdesenvolvido: "Mas como é possível pretender tornar-se uma super potência, quando o país não alimenta as suas próprias crianças, nem as envia todas à escola? (...) Na Índia, a corrupção é um sintoma, não uma causa. (...) Somos o país do mundo com os mais gritantes extremos (...)".
Não há muitas formas de concluir este artigo, há apenas o apelo à sua leitura e à reflexão. Qual é, afinal, o nosso papel no mundo? Portugal está assim tão mal? O que é que realmente importa? O que posso fazer? A nossa vida está repleta de coisas boas, há que não nos esquecermos delas, dar-lhes o devido valor.
Filipa C. nº7 12ºE