quarta-feira, 28 de abril de 2010

Greve na Galp Energia

No passado dia 19 de Abril, os trabalhadores da Galp Energia iniciaram uma greve de 3 dias.
Como em qualquer greve, estes reivindicavam um aumento salarial correspondente à média nacional, cerca de 2,8% com um mínimo de 55 €.
No entanto, a administração da empresa recusa-se a dar este aumento, argumentando dever-se à crise.
Compreender-se-ia o aumento na ordem dos 1,5% se não estivéssemos a falar de uma das empresas mais lucrativas do país, cujos administradores receberam cada um, em 2009, cerca de 6,5 milhões de euros, mas como afirma o coordenador da comissão sindical, Armando Faria "...aos trabalhadores, que afinal são aqueles que produzem esta enorme riqueza, recusa-se a fazer a distribuição de qualquer valor."
Esta empresa que se transformou na Galp Energia SGPS em 1999, foi privatizada em 2006, no governo de José Sócrates com o apoio do PSD, apesar da oposição da esquerda(BE), esta privatização ajudou a abater a dívida pública.
Revelou-se porém, um negócio ruinoso para o Estado Português, que perde anualmente para os accionistas privados cerca de 1000 000€.
Esse montante, que todos os anos é distribuído pelos administradores, poderia ter inúmeras utilizações pelo Estado, entre elas medidas de combate à crise.
Porém, devido ao sistema económico , o capitalismo, a distribuição nacional foi privatizada sob o pretexto de liberalização económica e contribuição parar a livre concorrência.
Se o objectivo era tornar a empresa mais competitiva a nível mundial, esse foi conseguido, no entanto, há o risco de perdermos uma empresa estratégica Portuguesa para accionistas estrangeiros, compensará?
Mantêm-se ainda por saber que avaliação retira a direita sobre esta privatização.
Será o Capitalismo o "caminho"?


http://www.youtube.com/watch?v=SDrkZX5rbPU

sábado, 24 de abril de 2010

Corpo de Lech Kaczynski chega a Varsóvia – Polónia de luto





No passado dia 10 de Abril de 10, na sequência de um acidente de aviação na Rússia, o presidente da Polónia Lech Kaczynski faleceu. O Tupolev TU – 154 despenhou-se na cidade russa de Smolensk não deixando sobreviventes, de acordo com o Ministério Russo de Emergências o número de ocupantes aproxima-se dos 95 passageiros.
Quem viajava no Tupolev TU – 154?
Toda a cúpula militar e vários responsáveis e dirigentes políticos viajavam a bordo do Tupolev TU – 154, entre os quais:
• O presidente da Polónia Lech Kaczynski e a primeira-dama Maria Kaczynska;
• O vice-presidente da Câmara Baixa do Parlamento – Jerzy Szmajdzinski;
• O vice-presidente do Senado – Krzysztof Putra;
• A vice-presidente do Senado – Krystyna Bochenek;
• O presidente do Banco Central Da Polónia – Slawomir Skrzypek;
• O chefe do Estado Maior das Forças Armadas – general Franciszek Gagor;
• O chefe do Exército general Tadeusz Buk;
• O chefe da Força Aérea – general Andrej Blasik;
• O chefe da Marinha - almirante Andrej Karweta;
• O vice-ministro da Defesa – Slanislaw Jerzy Komorowski;
• O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros – Andrej Kremer;
• O vice-ministro da Cultura – Tomasz Merta;
Vários outros deputados, dirigentes, senadores e representantes de diferentes igrejas e associações também morreram no acidente.
Qual o motivo da viagem?
Esta viajem realizou-se para comemorar os setenta anos do Massacre de Katyn. Em 1940 mais de 20 mil elementos da elite polaca foram executados pelas forças soviéticas, a mando de Estaline, por serem considerados “inimigos políticos”. Setenta anos depois, pela primeira vez na História da Rússia, o primeiro-ministro russo decide fazer uma homenagem àquelas vítimas.
Katyn é agora conhecida por duas tragédias que devastaram a Polónia, como disse à TVN24 o antigo presidente Aleksander Kwasniewski: “É um sítio maldito. Dá-me arrepios na espinha. Primeiro a elite da Segunda República Polaca é assassinada na floresta de Smolensk, agora a elite intelectual da Terceira República morre neste acidente trágico. Esta é uma ferida que vai ser muito difícil de curar.”
O que provocou o acidente?
Segundo fontes oficiais, o piloto que seguia no avião não seguiu as indicações dadas pelos controladores aéreos que aconselharam a aterrar o avião em Minsk devido à fraca visibilidade – provocada por um denso nevoeiro - da pista de aterragem de Smolensk. Das várias hipóteses apresentadas – condições climáticas, falha técnica, erro do piloto… - a mais apontada é de facto erro do piloto, até porque as caixas negras do avião já foram encontradas e não há nenhum registo de falha técnica. É certo que Minsk ficava a 300 km do local das comemorações, portanto fica por responder se o piloto tomou essa decisão arbitariamente ou se teve indicações para faze-lo. A investigação será conduzida pelo primeiro-ministro russo – Vladimir Putin.
E agora?
Neste momento o presidente interino da Polónia é o presidente do Parlamento Bronislaw Komorowski, tal como define a Constituição Polaca em caso de morte do presidente. A Polónia vive agora pior crise política desde a Segunda Guerra Mundial, no entanto neste momento já sã visíveis sinais de regresso à normalidade. A Polónia tem ente dois e três meses para eleger um novo presidente.
Note-se ainda que o actual presidente polaco era candidato da oposição. A polónia passou assim, em minutos, de uma direita conservadora, defendida por Kaczynski (proibição das paradas gay; defesa da pena de morte;), para uma esquerda radical defendida por Komorowski.
O primeiro-ministro polaco Donald Tusk decretou uma semana de luto que terminou no dia 17 de Abril. Milhares de populares estam nas ruas a prestar homenagem às vítimas, existem bandeiras penduradas a janela em sinal de luto, e o número de velas acesas é surpreendente.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Chuvas no Rio de Janeiro tornam-se catástrofe humana e material




As chuvas ocorridas nos passados dias 5 e 6 de Abril, no Rio de Janeiro causaram estragos enormes em todo o Estado. Para além de todas as perdas materiais, foram ainda registadas 251 mortes, centenas de feridos e mais de 50 mil desalojados.
Estas chuvas assumiram uma dimensão imensa, provocando deslizamentos de terra em várias favelas do Rio, para além das inundações ocorridas em grande parte da cidade, que levaram à suspensão de muitas actividades e serviços por alguns dias.
Foi nas favelas que se registou um maior número de perdas humanas e materiais, dada a fragilidade da área territorial utilizada essencialmente para fins habitacionais, bem como das infra-estruturas e construções características desses locais.
Esta catástrofe que assolou o Rio de Janeiro remete-nos imediatamente para a questão de ordenamento territorial que, se fosse concretizado de forma eficaz e competente poderia ter evitado a maioria das perdas registadas nas áreas de risco.
Para resolver a situação crítica das muitas pessoas que ficaram sem casa, a Prefeitura do Rio de Janeiro irá financiar a construção de novas moradias. Para além desta ajuda referida, foram criadas e organizadas várias campanhas de solidariedade, no sentido de angariar os fundos necessários à reconstrução de todas as áreas afectadas pelas chuvas.
Uma outra questão que surge na sequência deste tema diz respeito a aspectos da Constituição da República Federativa do Brasil, referentes aos direitos fundamentais. Isto porque na Constituição brasileira, à semelhança do que acontece na Constituição da República Portuguesa, o direito à propriedade privada e à habitação (com boas condições de habitabilidade, saneamento básico, água potável, salubridade, fornecimento de energia, tratamento de resíduos, acessibilidade, etc.) constitui um dos direitos fundamentais dos cidadãos. De facto, a simples existência das favelas no Brasil e noutros países, onde as condições de segurança, habitabilidade e acessibilidade são extremamente precárias, é já a confirmação do incumprimento dos artigos que dizem respeito aos direitos dos cidadãos. Resta-nos perceber quais as razões que fazem com que a Constituição de um país seja frequentemente desrespeitado e violado.

Fontes: Globo

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Portugal empresta 774 MILHÕES DE EUROS à Grécia


Este é um assunto que tem vindo a ser discutido pela nossa sociedade, que descontente acredita que Portugal se vai endividar para emprestar dinheiro à Grécia.
Já se diz pelas ruas que o Estado, como sempre, está a tirar dos bolsos dos portugueses, dinheiro para que a Grécia não entre em ruptura. Será que é verdade? Passaremos mesmo fome para ajudar um pais que se encontra na mesma situação que nós? As pessoas reclamam nas ruas dizendo” A nós vão-nos congelar os salários para aumentar o crescimento económico, mas depois andam a emprestar o dinheiro que nós descontamos para o Estado, para andarem a fornecer a Grécia”.
A verdade é que Portugal faz parte de um conjunto de paises que assinou um contrato, tendo os seus direitos e deveres e onde nesses deveres se propõe a ajudar, a apoiar um dos membros que se encontre em dificuldades, ou neste caso, em situação de crise. Se não o fizessemos, se nos recusassemos a apoiar uma sociedade que neste momento presisa de nós, seriamos “expulsos” deste conjunto de paises que formam a União Europeia. É isso que somos, e disto que fazemos parte. Se assim não acontecesse, deixariamos de beneficiar de direitos que hoje em dia temos, como pertencentes à União Europeia. Temos que pensar que um dia seremos nós a precisar dessa mesma ajuda, que pelo andar da carruagem, vem mais cedo do que se pensa. È verdade que a noticia não tem agradado a muita gente, mas Portugal vai beneficiar em muito com este empréstimo, devido às taxas de Juros que a Grécia terá que pagar pelos empréstimos realizados.
De acordo com a chave de repartição acordada, Portugal terá de emitir dívida pública para cobrir um empréstimo de até 774 milhões de euros a Atenas, reembolsado a uma taxa ligada à Euribor e que neste momento seria de 5%.
Eduardo Sarmento