«Agência Lusa adopta Acordo Ortográfico a partir de 30 de Janeiro.»
A decisão de adoptar em Janeiro deste ano o Acordo Ortográfico foi tomada pela Administração (da Agência) com o fim de reforçar a «vocação global» da mesma nos oito países lusófonos, no território de Macau e junto das demais comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo.
A equipa de redacção da Lusa teve sessões de preparação para a apreensão da utilização completa do novo Acordo, desde Novembro. Muitos jornais, revistas e periódicos nacionais aguardam a conversão, pois é uma tarefa polémica e complicada - Há que instalar programas informáticos, contratar novo pessoal que esteja já familiarizado com as múltiplas mutações e, acima de tudo, preparar a população que «consome» as notícias, sejam elas oriundas do país, sejam exteriores, para receber a informação escrita de outra «forma».
Para Afonso Camões, presidente do Conselho de Administração da Agência, no seio da comunicação, «a língua é o nosso mercado». E considera esta situação um verdadeiro desafio, aliciante pela sua dificuldade e complexidade. Em Portugal, o jornal desportivo «Record» e o semanário «Sol» já veêm as suas edições produzidas com o auxílio do novo Acordo Ortográfico.
O Brasil foi o primeiro país lusófono a aplicar o Acordo, já em Janeiro de 2009. Somente Angola e Moçambique ainda não o ratificaram.
No entanto, descansem, porém, os alunos e professores pois como a Dra. Isabel Alçada, Ministra da Educação, elucidou, o Acordo não será aplicado este ano nas escolas. Presenciaremos um período de adaptação/formação, até o término de 2016.
Ora, medite-se então a adopção do Novo Acordo Ortográfico: Será como disse Miguel Sousa Tavares «O Acordo é O acto colonial do Brasil»? Será o «português do Brasil» uma língua distinta do «português de Portugal»? Será uma forma de manter a posição, de relevância, de uma das línguas mais faladas do Mundo (ocupando o quinto lugar)? Será uma questão de comodismo, promovendo a rapidez da escrita e a simplicidade da mesma?
Há quem julgue que se fala, se verbaliza, se comunica o «brasileiro» e se escreve, se dactilografa, se produz o «português.» O que é preciso ter em conta é que «ortografia» sinonima, termo grego, escrita correcta. Será que o é, nos dias de oje? Com ou sem Acordo, não me parece que nós saibamos tratá-la (a língua) devidamente, empreendê-la devidamente. É um facto. O calão, qualquer dia, ocupa um pódio de ainda maior peso na Sociedade, temo.
Os técnicos não consideram a ideia de que a ortografia afecta a fonética, sim o contrário. E sabemos que no Mundo onde vivemos, as mudanças não são efémeras, nem escassas. O próprio Mundo é uma esfera de mudanças. Agora, avaliemos bem a situação e entendamos quão benéfica e/ou prejudicial é.
Que questão estão omitidas? E quem se satisfaz com a adopção do Acordo? Felizmente, alguns escritores portugueses, Homens de Letras, feiticeiros das palavras, garantem não se submeterem às mutações impostas. Porém, os livros que se editarão de agora em diante, os não-literários, já estarão a utilizar a «nova escrita».
Confesso que, para mim, esta mudança será uma recompensa para quem escreve feio: Os erros que colocavam nas palavras, não serão mais erros, serão a correctíssima ortografia.
A decisão de adoptar em Janeiro deste ano o Acordo Ortográfico foi tomada pela Administração (da Agência) com o fim de reforçar a «vocação global» da mesma nos oito países lusófonos, no território de Macau e junto das demais comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo.
A equipa de redacção da Lusa teve sessões de preparação para a apreensão da utilização completa do novo Acordo, desde Novembro. Muitos jornais, revistas e periódicos nacionais aguardam a conversão, pois é uma tarefa polémica e complicada - Há que instalar programas informáticos, contratar novo pessoal que esteja já familiarizado com as múltiplas mutações e, acima de tudo, preparar a população que «consome» as notícias, sejam elas oriundas do país, sejam exteriores, para receber a informação escrita de outra «forma».
Para Afonso Camões, presidente do Conselho de Administração da Agência, no seio da comunicação, «a língua é o nosso mercado». E considera esta situação um verdadeiro desafio, aliciante pela sua dificuldade e complexidade. Em Portugal, o jornal desportivo «Record» e o semanário «Sol» já veêm as suas edições produzidas com o auxílio do novo Acordo Ortográfico.
O Brasil foi o primeiro país lusófono a aplicar o Acordo, já em Janeiro de 2009. Somente Angola e Moçambique ainda não o ratificaram.
No entanto, descansem, porém, os alunos e professores pois como a Dra. Isabel Alçada, Ministra da Educação, elucidou, o Acordo não será aplicado este ano nas escolas. Presenciaremos um período de adaptação/formação, até o término de 2016.
Ora, medite-se então a adopção do Novo Acordo Ortográfico: Será como disse Miguel Sousa Tavares «O Acordo é O acto colonial do Brasil»? Será o «português do Brasil» uma língua distinta do «português de Portugal»? Será uma forma de manter a posição, de relevância, de uma das línguas mais faladas do Mundo (ocupando o quinto lugar)? Será uma questão de comodismo, promovendo a rapidez da escrita e a simplicidade da mesma?
Há quem julgue que se fala, se verbaliza, se comunica o «brasileiro» e se escreve, se dactilografa, se produz o «português.» O que é preciso ter em conta é que «ortografia» sinonima, termo grego, escrita correcta. Será que o é, nos dias de oje? Com ou sem Acordo, não me parece que nós saibamos tratá-la (a língua) devidamente, empreendê-la devidamente. É um facto. O calão, qualquer dia, ocupa um pódio de ainda maior peso na Sociedade, temo.
Os técnicos não consideram a ideia de que a ortografia afecta a fonética, sim o contrário. E sabemos que no Mundo onde vivemos, as mudanças não são efémeras, nem escassas. O próprio Mundo é uma esfera de mudanças. Agora, avaliemos bem a situação e entendamos quão benéfica e/ou prejudicial é.
Que questão estão omitidas? E quem se satisfaz com a adopção do Acordo? Felizmente, alguns escritores portugueses, Homens de Letras, feiticeiros das palavras, garantem não se submeterem às mutações impostas. Porém, os livros que se editarão de agora em diante, os não-literários, já estarão a utilizar a «nova escrita».
Confesso que, para mim, esta mudança será uma recompensa para quem escreve feio: Os erros que colocavam nas palavras, não serão mais erros, serão a correctíssima ortografia.
Fonte da Notícia: http://aeiou.expresso.pt/agencia-lusa-adopta-acordo-ortografico-a-partir-de-30-de-janeiro=f560811
Inês Jacob, 12.ºE, n.º 10.
5 comentários:
(Comentário originalmente escrito para a Conferência realizada na Escola acerca das alterações do AO; - disciplina de português:)
Mudemos! Acrescentemos! Alteremos!
Mudemos a grafia, suprimamos letras, de forma a tornar a Língua Portuguesa mais próxima das restantes línguas descendentes do Latim. Acrescentemos palavras ao nosso dicionário de forma a torna-lo mais parecido com o dicionário dos Restantes CPLP. Alteremos maiúsculas/ minúsculas, hífenes e acentos, em suma uniformizemos a língua como se esta fosse una. Mas ainda assim é mesmo isto que queremos? NOT! E a resposta não é o meu Português é melhor do que o teu! Não se trata de uma justificação em termos raciais ou xenófobos, como muitos atacam os defensores de um “não” acordo. Apenas acreditamos na evolução. Uma evolução que cada país de Língua Oficial Portuguesa escolheu e decidiu de acordo com as suas necessidades. Portugal iniciou o seu português moderno com D. Dinis, seguiram-se os Descobrimentos, a União Ibérica, a ocupação Francesa, a regência Inglesa, a aculturação Liberal, os movimentos artísticos do século XX e a Globalização; o Brasil adaptou o português de D. Dinis aos povos residentes, tornou-se Independente no séc. XIX e actualmente vive a Globalização; Angola, Moçambique, Cabo Verde, entre outros, a semelhança do Brasil adoptaram o português com os descobrimentos adaptando-o aos povos habitantes, sofrendo alterações com disputas territoriais pela hegemonia transeuropeia, o processo de Independência Colonial e entram agora no processo de Globalização. Todos escolheram e adaptaram a sua evolução a sua localização geográfica, e sua cultura, as suas influências e a sua História. Em suma, que será do processo evolutivo se tivermos de ignorar novas influências, novos desafios, adaptações ou alterações significativas se a cada ocorrência forem alvo de um novo acordo? As mudanças acontecem e não são Acordadas por Acordos, acontecem e assimilam-se! Para que complicar? A uniformização não é necessariamente positiva!
Não compreendo muito bem esta lógica de “eu não quero”, “estão-nos a roubar a língua”, “quem escreve errado, vai escrever correcto” e por aí além. A língua, em todos os sentidos, não é estática. É preciso mudá-la, alterá-la, para que ela se desenvolva. E, acima de tudo, a língua tem que ser partilhada, caso não o seja, provavelmente será esquecida. É preciso “morder a língua” de vez em quando, mas não muito, para que ela arrebite! Isto é uma dentadinha, as alterações não são assim tantas e, sinceramente, só as usa quem as quer. A minha avó escreveu “polémicamente” até os dedos se tornarem autónomos e cansados. Eu conto em escudos mesmo depois de anos a conviver com o euro. As alterações dão-se, desenvolvem-nos. No entanto, não é expressamente obrigatório tomámo-las por inteiro como nossas. Calma. Eu hoje posso escrever baptismo e amanhã escrever “oje vou-me batizar”. Vá lá, olhemos para o nosso Saramago, a escrita é livre, cada um a faz como quer. Que venha o Acordo Ortográfico, é bom compartilhar a língua.
4 L1NGU4 É 4BSTR4CT4. A língua é arte.
Regina
Este acordo é benéfico para Portugal, e, acima de tudo, para a lingua portuguesa.
Irá contribuir, primeiro, para a aproximação de vários paises, e segundo, para uma universalização de uma lingua já ela universal.
É normal que os portugueses fiquem chateados. Evoluir dá trabalho. Mas a evolução é necessária...
Sinceramente não concordo com a alteração do acordo ortográfico.
Algo que aprendemos, algo que interiorizamos quando crianças vai agora passar a ser considerado erro perante este novo acordo.
Quando tivermos filhos(quem tiver) ou aos nossos irmãos(falo porque tenho uma irmã pequena a estudar) não lhes poderemos ensinar a corrigir ou a melhorar erros ortográficos porque simplesmente aprendemos algo diferente ao que eles agora, para o próximo ano vão aprender. Penso que qualquer dia, pelo andar da carruagem estaremos todos a escrever como nos chats e msn. Tirar acentuação, supressão de letras, etc só fará com que a aceitação desta alteração seja ainda mais confusa.
Porque não deixar tudo como está?
Porque a necessidade de alteração? Não entendo. De qualquer maneira, seja com o antigo seja com o novo, a sociedade continuará a errar e a dar pontapés na ortografia.
Analisando encontramos sempre os 'duas faces da mesma moeda', se por um lado o AO de 1990 serve para aproximar culturas e 'uniformizar' o português, por outro o mesmo é desastroso no plano de afirmação dos estados de língua maternal portuguesa, que sofrem com esta evolução [forçada]. Isto é, a diminuição de barreiras linguísticas num mundo global tem de ser encarada de uma forma positiva.
Primamos pela Comunicação, sob todas as formas, e permitir formas de Comunicação mais rápidas e eficazes é apostar na valorização pessoal. Por outro o 'apagar' de uma evolução Natural e Histórica é necessariamente má, uma vez que 'destruir' em vez de 'preservar' pode ter efeitos nefastos e consequência horríveis no que pretende ser a afirmação da língua portuguesa consagrada constitucionalmente.
Não sou nem pró, nem contra AO, apenas acredito na separação histórica da língua tal como ela aconteceu e foi defendida por todos os países falantes do português.
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