domingo, 15 de novembro de 2009

Free Hugs Campaign


A Free Hugs Campaign surgiu nos braços de Juann Man, em Sidney na Austrália. Iniciada em 2004, a campanha só foi realmente divulgada em 2006 através de um vídeo (visto em aula) que contava com a música da banda que albergou a campanha, Sick Puppies.
Sem quaisquer lucros, Juann Man iniciou esta experiência com o propósito de abraçar e animar o maior número de pessoas. Apesar das dificuldades, nomeadamente as autoridades australianas banirem a campanha, foram reunidas as condições necessárias para continuar com o projecto, ganhando este força a nível mundial.
Ora, a palavra «política» tem sido entendida, por alguns, como a técnica que visa alcançar «os melhores resultados com o menor dispêndio de esforços (…), lendo esta frase de A. José Fernandes (Introdução à Ciência Política) podemos, obviamente, relaciona-la com a campanha em causa, afinal, o bem-estar geral não é um dos grandes objectivos da Política? Juan Mann procurou atingir esse objectivo, mesmo não sendo uma forma convencional.
Cada vez mais a segurança, a individualidade, o contacto entre pessoas são postos em causa. J. Mann pô-los em causa, sem dúvida. A partir de uma mensagem de afecto, criticando, indirectamente, a cada vez mais longínqua ligação entre indivíduos e a falta de contacto físico, REAL, entre os mesmos. Será que caminhamos para um futuro de contacto maioritariamente virtual? Será a insegurança a grande professora do afastamento entre indivíduos? Estará a Globalização a levar-nos para o isolamento?
Sempre considerei as acções dos homens como as melhores intérpretes dos seus pensamentos.
John Locke







Regina Morais Nº22/12ºE

11 comentários:

PIPA disse...

Há uns dias li num qualquer jornal, uma nova deputada a dizer que não entendia como é que havia pessoas capazes de dizer que a política não lhes diz nada, quando esta influencia cada pedaço do seu quotidiano. Pois e é totalmente verdade. Se "fazer" política, é tornar o mundo um pouco melhor, pq não é isto política ?
Mais que isso, é louvável. O contacto humano não é algo visto da mesma forma universalmente. Nós, povo mais latino, temos relações humanas completamente diferente dos europeus do norte, por exemplo. A propósito do intercâmbio no Liechenstein, cheguei lá felicíssima por conhecer os pais do rapaz que havia recebido meses antes, ia a cumprimentá-los com um beijo caloroso, quando quase bato com o nariz no chão porque me estendem a mão para um 'passou bem'. É assim. Mas arranquei-lhes um abraço no fim da semana!
Porque não dar um abraço a um desconhecido? Não há doenças contagiáveis a esse ponto! Às vezes até que sabia bem um free hug. ISTO É POLÍTICA, mexe com as pessoas, fá-las temporariamente mais felizes, arranca carapuças. Revolta, manifesta, crítica a sociedade. É bonito, pronto.
No próximo dia mundial contra a monotomia vou fazer o mesmo. tenho dito!

Daniel Albino disse...

A Política enquanto conceito fechado não existe, ou não pode existir, fazer-se política é ter a capacidade de responder a todo e qualquer desafio, seja este do ponto de vista económico, político ou social. E é quando a política entra no campo social que esta tem um dos seus objectos mais complicados. A política de causas não pode ser ignorada, uma vez que só assim se entende o verdadeiro valor da mesma. Fazer os outros sentirem-se melhor, é também um dever político!

Vai um abraço?

J.S. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
J.S. disse...

Eu achei a ideia deste sujeito pura e simples. As vezes este tipo de coisas alegram o dia a alguem. Não é que um abraço me alegre, mas perceber que há alguem, por infima que seja a capacidade de sucesso, a tentar ajudar, é motivo, por si só, para alegrar alguem.
E eu considero isto politica. Politica não é só fazer regras, mandar, organizar e administrar uma nação. Fazer politica é a prática para a concretização de sonhos, sonhos que visam um objectivo: melhorar o mundo.

J.S.

Edward disse...

Com esta campanha, foi pretendido que se quebrasse um pouco com a monotomia que se vive no dia-a-dia, onde as pessoas se assimilam a máquinas, fabricadas exclusivamente para fazer aquilo a que estão predestinadas a fazer. J.Mann é sem dúvida um grande idiota, não no sentido de ser burro ou parvo mas por ter tido esta ideia. Vivemos em comunidade e cada vez mais as pessoas se afastam e basicamente falam através de telefone, de msn. Não sei que há para falar por msn ou por telefone que nao possa ser dito, cara a cara. Confesso que sou um grande adepto das novas tecnologias e sou o primeiro a dizer que também falo bastante por telefone e por intenet, mas dou a mão á palmatória. Deve haver mais contacto com as pessoas. Muita gente não sabe o significado e a paz que se sente no acto de abraçar. Eu sei, sou um abraçador nato. Quanto ás questões políticas, esta campanha é uma forma de fazer politica, é sem dúvida uma forma de alertar a população para as consequências das TIC'S e para nos dizer " Aproximem-se, tomem café, saiam á noite, JUNTEM-SE em comunidade, pois no final é isso que somos, uma comunidade"

Um grande ABRAÇO a todos. =)

Anónimo disse...

Esta campanha é um exemplo de um acto de bondade, executado por alguém cujo objectivo é apenas fazer as pessoas sentirem-se melhores.

Afinal, haverá algo melhor do que fazer alguém feliz?

Numa sociedade cada vez mais individualista, campanhas como a “free hugs”, ajudam não só a quebrar a rotina monótona, como a pôr fim à solidão que impomos a nós próprios.
É, de louvar estas campanhas numa sociedade onde, as tecnologias e a globalização têm criado isolamento e afastamento em vez de proximidade entre os seres humanos.

Esta campanha relaciona-se com a política pois , um dos grandes objectivos políticos é ( ou deveria ser) o bem-estar geral, contribuindo assim, para um mundo melhor.

glau disse...

"Abraços Grátis", á primeira vista pensei que o autor não batia muito bem, mas depois disso pensei: "À quanto tempo não dou eu um abraço caloroso a alguém?" Bem, excluíndo o meu namorado, já a muito que não faço isso! Todo o ser humano precisa de ser acarinhado, e simples abraços fazem milagres. Com tanta correria do dia-a-dia, é complicado as pessoas, as familias terem tempo para tais demonstrações de afecto. A globalização tornou as pessoas mais práticas: "Para quê que eu vou sair da minha casa para ir á casa da Joana se ambos temos net?" É um pensamento frio, eu sei, mas toda gente tambem o faz. Esquecemo-nos do que um contacto físico pode fazer, pode acalmar, aquecer,ajudar...muitas vezes saí faísca, e o coração demonstra a felicidade, batendo mais forte. Pessoal, as novas tecnologias servem para nos ajudar, mas não para substituir o contacto visual! Esse indivualismo só nos fará mal, há que ver bem as coisas e limitar essas tecnologias, senão elas é limitar-nos-ão a nós!!O bem-estar passa pela politica,é verdade, mas não só,...passa também pelo amor agápe e fraternal que demonstramos pelo próximo, seja ele Pai, Mãe ou um colega de escola...todos somos humanos, por isso dependentes do amor, somos assim, é uma realidade, o ser humano sem amor não vive! Gostaria de conhecer este homem que além de admitir que existe um problema, procurou resolvê-lo, o que muitos não teriam coragem de o fazer, falo por mim!Gostei muito desta noticia, foi muito interessante, e deu o que pensar e falar.

Olena disse...

É através deste tipo de coisas que podemos ver as verdadeiras mudanças que ocorrem na sociedade. Os valores, os costumes, a própria vida ganha um rumo diferente. Não digo que seja bom ou mau, é simplesmente normal. Com um desenvolvimento constante de tecnologias, já aqui muito se falou nos computadores e na internet, mas não só estes que estão em questão: os mp3, as playstations, wii’s, todo o tipo de coisas que fazem com que o tempo que passamos com pessoas seja reduzido e o tempo que passamos entretidos com as maquinas aumente. Daí as atitudes de certas pessoas no vídeo. As várias recusas que o protagonista recebeu, não acredito que sejam por maldade, simplesmente é de estranhar. Tudo é uma questão de hábito e personalidade. Imaginemo-nos a andar na rua com a cabeça imersa nos pensamentos habituais e de repente vem um homem contra nós a pedir um abraço. O que fazer? É natural que as acções irão variar dependendo de pessoa para pessoa. Talvez alguns também irão estender os braços e ir de encontro ao abraço, outros irão tentar escapar e começar a andar mais rápido. É interessante observarmos as atitudes de várias pessoas que variam conforme as faixas etárias, o sexo e a profissão. As gerações mais velhas, na maior parte das vezes, vão de encontro ao abraço com um grande sorriso. Já o polícia recusa-se a ter qualquer contacto físico com o protagonista. É uma questão de preservação de segurança. Aí está, a palavra-chave – Segurança. Desde sempre foi a questão mais abordada e um dos direitos mais defendidos de sempre. Hoje em dia é uma das maiores, senão a maior, preocupação da sociedade. Assaltos, roubos, violações são descritos nos jornais todos os dias e isto é, naturalmente, assustador. Tudo isto está interligado. Menor segurança, mais a sociedade se fecha, menos saídas e, consequentemente, menos comunicação entre as pessoas. Não considero isto tudo impensável, pelo contrário, acho perfeitamente natural. Vivemos num período de grandes transformações na sociedade. Como as coisas estão já nos chocamos, veremos o que aí vem!
Abordando uma outra parte da questão, a política. A política é tudo, é a vida. E, partindo do certo de que um dos grandes objectivos políticos é o bem-estar da população, não vejo mal nenhum nesta campanha. Alias, pelo contrário, é uma óptima ideia, que baseia-se no mais simples que há: no contacto físico entre as pessoas demonstrado através de um simples abraço. Um abraço é lindo. Traz, não digo felicidade, mas um pouco de calor e carinho, algo que faz muita falta numa sociedade fechada que existe hoje em dia.

Olena

Olena disse...

“ Será que caminhamos para um futuro de contacto maioritariamente virtual? Será a insegurança a grande professora do afastamento entre indivíduos? Estará a Globalização a levar-nos para o isolamento? “

Não acho que a questão chegue a tanto. É um facto que cada vez as pessoas passam mais tempo em frente ao computador. Que adormeçam com os mp3’s e mp4’s ligados ou que passem o dia inteiro a mandar mensagens às pessoas que se encontram à sua volta. Facilitismo? Talvez. É perfeitamente normal que, com o desenvolvimento das tecnologias, estas situações aconteçam. Um futuro de contacto maioritariamente virtual já chegou, passando de futuro para presente. Com uma sociedade onde há cada vez mais criminalidade, é normal que a internet se tenha tornado um refúgio para as pessoas. Internet é fácil, rápido e seguro. No entanto, não nos podemos esquecer de que somos seres humanos e uma das condições necessárias para a nossa felicidade é a interacção com os da nossa espécie. A comunicação é fundamental. Desde sempre o Homem procurou um parceiro. Daí a homossexualidade, sendo o alargamento das possibilidades de interacção dos seres humanos. Tudo isto está relacionado.
Voltando à notícia em si, acho uma excelente iniciativa. Não compreendo de todo a posição tomada por parte das autoridades australianas ao banirem a campanha. A tendência do homem ao encarar algo que desconhece é afastá-lo ou eliminá-lo, e esta é a única explicação mais ou menos razoável que encontro para explicar a atitude das autoridades australianas. No entanto, sendo um das principais finalidades da política proporcionar o bem-estar geral, esta é uma iniciativa que, não digo que vá fazer alguém feliz, mas com certeza que consiga animar e despertar um sorriso em qualquer pessoa.
E um abraço por vezes vale muito.

Inês Francisco Jacob disse...

Abraço é quando duas ou mais pessoas – geralmente duas – ficam parcial ou completamente entre os braços uma da outra, e dois, ou mais, corpos se tornam um só.
A política é isso mesmo - Mil corpos tornarem-se um só.

Hoje em dia o contacto físico é relativo. Os abraços são também mitos, maioritariamente levados à prática somente em festividades, aniversários, baptizados, casamentos, funerais - em tempos de júbilo total e despedida, não todos s dias do ano. São privilégios raros, ofertas pouco assíduas. São momentos que, devendo ser partilhados com todo o Mundo, se tornam dirigidos a pequenas multidões. Ao invés de braços estendidos para todo o globo, temos um globo estendendo os tentáculos, hesitante, querendo receber todos os outros braços.
O Mundo (ainda) teme iniciativas arrojadas e ousadas. Para se abraçar alguém é necessária, infeliz e inexplicavelmente, alguma coragem. Como permitem estranhos serem abraçados por estranhos? Talvez devessem, talvez devessem...
Os abraços não são veneno, nem droga, nem bebida, nem tabaco, nem vício maléfico, mas fazem-nos viajar e aquecem-nos mais que uma manta de lã por cima do corpo. Os abraços são sustento e amparo, e são estados de espírito. Por favor, que ninguém se atreva a rejeitar essa união de almas e corpos. Essa aliança e esse compromisso que é exclusivo do Homem.
É urgente mutar esta Sociedade preconceituosa e medrosa de tudo - partindo da sombra, própria, aos raios de Sol - E levá-la a (re)agir mais, a não se assustar com o que não assusta e a seguir em frente, sempre.
Iniciativas destas são como que a luz ao fundo deste escuro túnel. Há que encontrar formas de fintar os padrões já fortemente cimentados aos pensamentos das pessoas, e, através de sugestões diferentes, causar impacto e, sobretudo, causar uma franca vontade de questionar/meditar nas pessoas comuns, nas pessoas que frequentam transportes públicos, nas pessoas que se sentem mais sós que a solidão, nas pessoas inquietas e inseguras e indiferentes, quem assiste e vive estas situações e quem tem fome e sede de mais.

Inês Francisco Jacob disse...

Uma salva de palmas para este senhor que, numa colónia de formigas onde se preza o contacto físico sem excesso, aliando-se o mesmo à cortesia, soube ir mais além e arriscar, iniciando esta oferta, sem preço a pagar, ainda por cima, de abraços a quem quisesse receber um ou uns.
Nas ruas, hoje em dia, as pessoas caminham cabisbaixas, demasiado atarefadas para olharem para os dois lados, procuram o trilho certo e olham para as pegadas para não caírem, tal a pressa. Sugerem que, devido ao atraso, não podem abraçar, nem beijar, nem ceder, nem sorrir, nem rir, nem sentir.
O tempo é que é a maldição disto tudo, pensa-se. A sua errada gestão e manutenção rouba tesouros que não são recuperados, jamais.
Não abracemos amanhã, abracemos já hoje, e agora. Quem quer que seja. Quem tenha dois braços, um braço, quem tenha pernas e olhos, quem tenha cabelo e pés. Quem sinta e tenha alma viva. Quem tenha tudo e ainda mais alguma coisa. E, ainda, quem não tenha nada e mais um pouco até.

Quando baixarmos os braços, quando pararmos os abraços, quando formos feitos de ferros e aços, estaremos já, nós todos, parados.
E há tesouros que quando roubados...não têm recuperação...